"Certa ocasião em que eu falava do poder dado por Cristo e da paz
que o acompanha, um erudito professor perguntou-me como poderia eu
ter certeza de que essa paz era um Dom real de Cristo e não resultado
apenas do meu próprio pensamento e imaginação. Respondi que, se fosse
resultante de pensamento meu, seria o caso de serem os psicólogos - pois
que estudam o pensamento e suas leis - os primeiros a experimentá-las,
mas que não era isso o que acontecia. Lembrei-me de um mendigo cego
que certa vez foi visto sentado, aquecendo-se ao sol e gozando o seu calor;
quando um dia lhe pediram a sua opinião sobre o sol, respondeu que tal
coisa não existia. Essa história de uma grande bola pendurada no céu, é
absurda, disse ele. O calor que sentia vinha de seu próprio sangue e não
de fora. Perguntei ao professor que pensava desse homem e quando ele
replicou que era, além de cego, louco, respondi que também ele era
espiritualmente cego e, além de cego, louco, por negar a realidade de uma
paz que vinha de Fonte para ele invisível."
Extraído do livro: O Apóstolo dos pés sangrentos
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